Santa Gianna Beretta

Eduardo Moura
5 min readApr 28, 2020

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No apostolado não devemos nos colocar em primeiro lugar, anunciar a si mesmo, mas ao contrário, devemos desaparecer e dar sempre o primeiro lugar a Jesus Cristo.”

Mãe, esposa e profissional dedicada a vida, Gianna Beretta foi e continua a ser exemplo de santidade dentro dos lares

Em 24 de abril de 1994, o Santo Papa João Paulo II celebrava a beatificação de Gianna Beretta Molla, também chamada de Joana, momento em que se atentou ao dom divino da maternidade e fez constar em suas palavras uma “homenagem a todas as mães valentes, que são dedicadas sem reservas a sua própria família, que sofrem com o parto de seus filhos e estão prontas a realizar todo o trabalho árduo, enfrentar todos os sacrifícios para transmiti-los o melhor que elas preservam em si mesmas”.

Gianna representa para as famílias um modelo do maior mandamento “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com toda tua força e de todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10,27). Desde muito nova, acolheu o dom da fé e a educação cristã que lhe foi ensinada por seus pais. Cresceu praticando sua fé com um compromisso de apostolado entre os jovens e de caridade com os idosos. Por profissão, escolheu a medicina que exerceu em Mêsero, um município italiano na província de Milão, especializou-se em pediatria e, entre seus pacientes, demonstrou especial cuidado com as mães, crianças, idosos e pobres.

Os valores familiares de Santa Gianna e a sua formação religiosa

Observando sua trajetória, compreendemos a importância da catequese familiar, pois a presença daqueles pais devotos encaminharam sua filha para a santidade. Sua formação religiosa ensinou-lhe considerar a vida como um dom maravilhoso de Deus, ter confiança na Providência e a estimar a necessidade e a eficácia da oração. Por meio desta, entregou-se à vocação matrimonial, com entusiasmo e total doação, para formar uma família realmente cristã.

Na basílica de São Martinho, em Magenta, casa aos 24 de setembro de 1955, vive uma vida de fé inabalável, em tudo agradece, fortalece-se na oração e entrega-se à Divina Providência no mais puro modelo de devoção que se requer de todo sacramento. Apresenta-se jubilosa, mãe de Pedro, Mariolina e Laura, com simplicidade e equilíbrio, harmoniza os deveres de mãe, esposa e médica com a grande alegria de viver. Ora, que formidável exemplo a seguir!

Em especial, nos dias de hoje, pelos quais em nome de valores mundanos há de se insistir na distinção entre profissional e mãe, entre mulher livre e esposa. Na Concelebração Eucarística de sua canonização, em 2004, Papa João Paulo II expressou seu desejo de que “possa a nossa época descobrir de novo, através do exemplo de Joana Beretta Molla, a beleza pura, casta e fecunda do amor conjugal, vivido como resposta ao chamamento divino!”.

Chamado divino

É bem verdade que, pela Providência Divina, pode a mulher exercer plenamente a profissão sem o abandono do lar, pode dedicar-se ao matrimônio sem perder-se de si mesma e, se houver o chamado, poderá ser exemplo do sacrifício de quem põe, acima de tudo, a vocação de ser mãe, ato de entrega que merece nossa admiração. Em nossa vida, no momento da decisão de seguir o chamado divino, pelo exemplo de Gianna Beretta, não deixemos que as angústias do desamparo humano nos levem a crer que há limitações aos desígnios de Deus.

Durante uma vida de entrega à vocação cristã, Gianna demonstrou-se uma mulher completa e totalmente feliz;0 e no momento da dor, não se deixou abalar. No início da gravidez de seu quarto filho, Gianna foi atingida pelo sofrimento e pela dor quando apareceu um fibroma em seu útero. Submetida à cirurgia, mantem-se firme na fé, pedindo pela vida de sua filha. Com o sucesso da cirurgia, reforça sua gratidão a Deus e vive os restantes sete meses de gravidez com sua fé inabalada, suplicando a Deus pela saúde de sua filha.

Santidade

Dias antes do parto, cheia do amor que a maternidade representa, está pronta para sacrificar-se por sua filha. Na manhã de 21 de abril de 1962, nasce Joana Manuela. Apesar dos esforços para salvar sua vida, na manhã de 28 de abril, em meio a fortes dores e após ter repetido a jaculatória “Jesus eu te amo, eu te amo”, Gianna Beretta morre santamente. Foi beatificada por João Paulo II, no dia 24 de abril de 1994, no Ano Internacional da Família e canonizada em 16 de maio de 2004.

Exemplo de dedicação ao matrimônio e a maternidade é lembrada pelo Papa Bento XVI como “esposa e mãe, mulher comprometida no âmbito eclesial e civil, que fez resplandecer a beleza e a alegria da fé, da esperança e da caridade”. Peçamos, em oração a Deus Pai, que nos deu a Santa Gianna como exemplo de esposa amorosa, que cercou de amor a sua família, construindo uma verdadeira “Igreja Doméstica”, faz-me assimilar esse mesmo amor incondicional, consagrando minha vida ao Teu serviço junto aos que me cercam.

Oração:
Senhor, que seja Tua Vontade. Amamos a Cruz e temos que refletir que não a carregamos sozinhos(as), se não que é Jesus que nos ajuda a carregá-la e que Nele somos capazes de fazê-lo, já que Ele nos dá a força necessária para isso“.

Gianna Beretta Molla

Santa Gianna Beretta, rogai por nós. Salve Maria!

Referências:

  • BÍBLIA DE JERUSALÉM. Lés Éditions Du Cerf, Paris [tradução], 1998, ed. Revista e ampliada. 2002.
  • Gianna Beretta Molla (1922-1962). Biografia. Arquivos do Vaticano.
  • PAPA JOÃO PAULO II. Concelebração Eucarística para a beatificação de Isidore Bakanja, Gianna Beretta Molla e Elisabetta Mora. Em Roma. 24 abr. 1994.
  • PAPA JOÃO PAULO II. Concelebração Eucarística de Canonização. Em Roma. 16 mai. 2004.
  • PAPA BENTO XVI. Visita pastoral à Arquidiocese de Milão e VII Encontro Mundial das Famílias. Em Milão. 01 jun. 2012.

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Eduardo Moura
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Written by Eduardo Moura

Ad maiorem Dei gloriam! — Minha missão é ensinar e, com o auxílio da graça de Deus, converter. Escritos de um católico sobre catequese e vida dos Santos.⚜️

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