O presépio e o extraordinário significado do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo
O Verbo nasceu em Bethlehem a casa do pão, na cocheira se tinha animais, ela é a Igreja de fato, pois assim como os animais jogam a sujeira no chão e comem num cocho, da mesma forma os católicos vão à Igreja e deixam sujeira no confessionário e comem na mesa da comunhão. Ele nasceu entre um boi e um burro como afirma o profeta, o boi puxava o arado representando os judeus que puxavam o arado na vinha do Senhor, o burro significa os pagãos que não tinham sabedoria, porém o Cristo nasceu entre os dois para mostrar a redenção para todos.
“O boi conhecerá o seu dono, e o jumento, a manjedoura de seu Senhor; mas Israel é incapaz de conhecer, meu povo não é capaz de entender.” (Isaías 1:3)
O Presépio de Nosso Senhor
È tradição em muitos lares católicos, no tempo do Natal, é um costume das famílias montarem seus presépios, desde os mais simples até os mais elaborados, porém todos com a imagem do Menino Jesus envolto em panos, deitado em uma manjedoura, junto com sua Santíssima Mãe, a sempre Virgem Maria, o fiel São José, os três Reis Magos, um boi e um burro.
São Francisco de Assis, no ano de 1223, deu início a esse costume ao montar o primeiro presépio, com o objetivo de ensinar aos fieis a importância do Natal.
Todo presépio ensina: Ensina que devido ao pecado de Adão o homem não teria como se salvar, uma vez que nenhuma ação humana é capaz de limpar a culpa, de tamanho infinito, cometida por este primeiro homem.
Era preciso, portanto, que um Homem de valor infinito se sacrificasse por toda a humanidade, pois esse foi o preço da dívida de Adão.
Era preciso que Deus se encarnasse, e Ele o fez. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (São João, 1, 14).
O presépio mostra que o Nascimento de Nosso Senhor foi o início da Redenção do homem, que mais tarde se concretizaria com o sacrifício do Calvário. Na festa do Natal lembramos o primeiro passo de Cristo em direção à Cruz.
O presépio ensina mais:Ensina que o Menino Deus nasceu em uma cocheira, porque os homens, aos quais veio dar salvação, não O acolheram: “Não havia um lugar para eles na estalagem” (São Lucas 2, 7).
Os homens renunciaram a Nosso Senhor Jesus Cristo pela primeira vez, antes mesmo de seu nascimento. Negaram abrigo à Santíssima Virgem e a São José. Desse modo, a Sagrada Família só encontrou acolhimento num estábulo, entre animais, na cidade de Belém.
Belém (Bethlehem), cujo nome significa “Casa do Pão” acolheu o Salvador. Ora, a casa do pão é a Igreja, morada do Santíssimo Corpo de Nosso Senhor, a Santa Hóstia.
“Jesus tomou o pão e, tendo-o abençoado, partiu-o e, distribuindo aos seus discípulos, disse: ‘Tomai e comei, isto é o meu corpo” (São Mateus 26, 26, 28).
O único lugar onde encontramos o Menino Jesus é a Igreja Católica, a Casa do Pão. Explica Hugo de São Victor que, do mesmo modo que os animais deixam suas sujeiras no chão do estábulo e vão se alimentar no cocho, assim também o católico deixa sua sujeira no confessionário e vai se alimentar na mesa da comunhão.
No estábulo Cristo nasceu entre animais, um boi e um burro: “O boi conhecerá o seu dono, e o burro conhecerá o presépio de seu Senhor” (Is. 1, 3).
O boi, no presépio de Nosso Senhor, simboliza o povo judeu, pois, do mesmo modo como o boi puxa o arado na terra, o judeu trabalha na vinha do Senhor. O burro, por sua vez, simboliza o povo pagão, que não manifesta sabedoria. Cristo nasceu entre ambos, pois trouxe a Redenção para todos os homens. O presépio tem muito a nos ensinar…
Ele nós ensina que Cristo nasceu de uma Mulher, a Virgem Maria. Virgem antes e depois do parto.
No momento de seu Nascimento Nosso Senhor dignificou ambos os sexos, pois nasceu Homem e nasceu de uma Mulher, a mais perfeita das criaturas, a Santíssima Virgem. “O privilégio de ser mulher é particularmente realçado pelo fato de que Maria — a mais perfeita das criaturas — era uma mulher.” (Alice Von Hildebrand)
Diz Santo Agostinho:
“Que se voltem para o segundo homem todos os que haviam sido condenados pelo primeiro (Adão). Uma mulher nos induzira à morte. Uma outra trouxe-nos a Vida. Dela nasceu um filho, semelhante à carne do pecado (Rm 8, 3), a fim de que fosse purificada a carne do pecado…”
Cristo, Deus e Homem, nasceu de uma Mulher para provar que é Homem. Nasceu de uma Virgem para provar que é Deus.
O presépio nos ensina que devemos ir a Deus por meio da Virgem Maria, pois Ela foi o meio pelo qual Cristo veio até nós. Foi Ela quem primeiro envolveu a sabedoria de Deus com panos, foi Ela quem ensinou o Verbo a falar, foi Ela quem alimentou o Menino Jesus. Enquanto o mundo dava as costas para o Salvador, Maria o servia.
Um Menino envolto em panos…
Claro que o Menino Jesus fora envolto em panos por pudor e para protegê-lo do frio, mas, antes de tudo, Ele foi envolto em panos porque “A glória de Deus consiste em encobrir a palavra; e a glória dos reis está em investigar o discurso” (Prov, 25, 2).
Aos sábios, cabe a interpretação, à Santa Igreja cabe ensinar. A palavra foi envolta em panos para que não fosse profanada por aqueles que se julgam sábios, os falsos pastores.
“Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. (São Mateus, 7, 15).
Só a Igreja Católica, única Igreja de Cristo, tem a verdadeira interpretação.
O presépio ensina tanto: Ensina que três Reis visitaram o Menino Jesus.
Eles foram guiados por uma estrela, os Reis foram adorar o Deus Criança. Cada um levou consigo um presente: ouro, incenso e mirra.
São Tomas explica que os três reis e seus respectivos presentes representam todas as nações descendentes dos três filhos de Noé, que estavam sendo chamadas à fé.
Nesse sentido, diz Santo Agostinho:
“Toda a Igreja dos Gentios quis que esse dia fosse celebrado com a máxima devoção, pois, que são os Magos senão as primícias da gentilidade?”
O Papa são Leão Magno ensina que os Reis ao chegarem até o Menino, adoraram o Verbo na carne, a Sabedoria na infância, a Força na fraqueza, e o Senhor de majestade na realidade de um Homem. E, com o intuito de manifestarem sua fé a Cristo ofereceram incenso a Deus, mirra ao Homem e ouro ao Rei, manifestando, desse modo, a consciência da unidade entre a natureza divina e a natureza humana de Cristo, o Salvador.
Aprendemos muito ao olhar um presépio: Aprendemos que devemos ir até a Igreja e nos prostrar diante de Jesus Cristo e adorá-Lo na Santa Hóstia.
Aprendemos que o Natal é a data em que comemoramos o Nascimento do Salvador, o início da Redenção do homem, a misericórdia infinita de Deus.
Aprendemos que devemos ir a Deus por meio de Maria.
Neste Natal, devemos ir até Belém, a Igreja Católica, e oferecer presentes para o Menino Jesus, oferecer nossos corações.
É tempo de se comemorar. È como a Antifona explana: Um Menino nos nasceu, um Filho nos foi dado.
Montemos nossos presépios, vamos até Bethlehem, digamos todos: Adeste fideles laeti triumphantes, Venite, venite in Bethlehem. Natum videte regem angelorum, Venite, adoremus, Venite, adoremus, dominum!
Salve Maria!!
Notas:
- Montfort — o Natal de Nosso Senhor
- Professor Orlando Fedeli — o significado do natal
- Aprendendo com o presépio