Beata Anne Catherine Emmerich

Eduardo Moura
4 min readApr 24, 2020

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Freira agostiniana regular de Windesheim, mística, visionária mariana, extática e abençoada com as sagradas estigmatas

Anna Katharina Emmerick (ou Emmerich) nasceu em 8 de setembro de 1774 em Flandres, Westfalia, Alemanha Oriental, filha de uma pequena família de agricultores. Seus pais, Bernard Emmerich e Anne Hiller, eram camponeses pobres, mas muito devotos. Anne Catherine foi batizada na Igreja de São Tiago em Coesfeld. Quando criança, passou muito tempo como empregada doméstica e costureira até sua admissão na Ordem Agostiniana. Sempre foi uma criança muito piedosa que sofria de má saúde, mas que recebia visões e profecias; eram tão comuns que pensava que todas as crianças podiam ver o Menino Jesus e as almas do Purgatório. Ela foi capaz de diagnosticar doenças, recomendar curas e até ver os pecados de uma pessoa.

O convento foi fechado por ordem do governo em 1812, e Anne foi morar com uma pobre viúva. Sua saúde piorou e, ao invés de trabalhar como serviçal, em 1813 ela se tornou uma paciente. Suas visões e profecias aumentaram, e mais tarde naquele ano recebeu a estigmata com feridas nas mãos e nos pés, a cabeça da coroa dos espinhos e diversas cruzes no peito, além do dom da inédia, vivendo apenas da sagrada comunhão pelo resto da vida. Ela tentou esconder as feridas, mas a notícia vazou, e seu vigário geral instituiu uma investigação longa e detalhada; estava determinado de que era verdadeiro.

Em 1818, ficou livre das estigmatas. Em 1819, o governo abriu sua própria investigação. Ela foi presa, ameaçada, perseguida e mantida sob uma vigilância de 24 horas por dia. A comissão não encontrou nenhuma evidência, não conseguiu que Anne recontasse sua história, acabou por desistir e não publicou suas descobertas. Quando eles foram forçados a expôr, eles declararam o incidente uma fraude, mas não conseguiram explicar por que pensavam assim, ou porque eles não tinham publicado suas descobertas mais cedo.

O poeta Clemens Brentano visitou Anne. Ela anunciou que tinha visto Brentano em uma visão, e que ele deveria fazer um registro escrito das revelações que ela recebeu. Ele anotou as mensagens, traduzindo do dialeto de Westfalia de Anne para alemão comum e pedindo que Anne confirmasse a versão de seus relatos. Em 1833, estes foram publicados como A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo de Acordo com as Meditações de Anne Catherine Emmerich. Logo após, em 1852, foi publicado A Vida da Santíssima Virgem Maria e três volumes de A Vida de Nosso Senhor de 1858 a 1880. Embora muitas dessas obras reveladoras lidem com a espiritualidade e as idéias, são ao mesmo narrativas muito diretas e descrições de eventos, e também foram fonte de encorajamento para muitos fiéis.

Seu processo de canonização foi formalmente iniciado em 14 de novembro de 1892. Devido a acusações sobre seu voto de castidade, a investigação foi interrompida em 30 de novembro de 1928. No entanto, as acusações foram comprovadamente falsas e a investigação continuou em 18 de maio de 1973.

Nascimento

  • 8 de setembro de 1774 em Flamsche, diocese de Munster, Westfalia, Alemanha

Morte

  • 9 de fevereiro de 1824 em Dülmen, Alemanha
  • Devido a rumores de que seu corpo havia sido roubado, seu túmulo foi aberto seis semanas após sua morte
  • Seu corpo foi encontrado incorrupto
  • Suas relíquias foram levadas para a Igreja da Santa Cruz, Dülmen, Alemanha, em 15 de fevereiro de 1975

Veneração

  • 24 de abril de 2001 pelo Papa João Paulo II

Beatificação

  • 3 de outubro de 2004 pelo Papa João Paulo II
  • Decreto do milagre de beatificação promulgado em 7 de julho de 2003

Leituras

A Igreja é a única, a católica romana! E se sobrasse sobre a terra apenas um católico, ele seria a Igreja única, universal, a Igreja Católica, a Igreja de Jesus Cristo contra a qual as portas do inferno nunca prevalecerão. — Beata Anne Catherine Emmerich

Se a Igreja é verdadeira, tudo nela é verdadeiro; aquele que não admite o primeiro, não acredita no segundo. — Beata Anne Catherine Emmerich

A Beata Anne Catherine Emmerich mostrou e experimentou em sua própria carne “a paixão amarga de Nosso Senhor Jesus Cristo”. O fato de que, sendo filha de camponeses pobres, que constantemente buscavam proximidade com Deus, ela se tornou a famosa “mística de Muenster” é uma obra da graça divina. Sua pobreza material é contrastada com sua vida interior riquíssima. Tanto quanto por sua paciência em suportar suas fraquezas físicas, ficamos impressionados com a força do caráter da novo bem-aventurada e sua firmeza na fé. Ela recebeu essa força da Santa Eucaristia. Desta forma, seu exemplo abriu os corações dos homens pobres e ricos, educados e humildes, para a completa paixão em relação a Jesus Cristo. Ainda hoje ela se comunica com toda a mensagem salvífica: “Por suas feridas você foi curado” (1 Pedro 2:24). — Papa João Paulo II, homilia na beatificação da Beata Anne, 3 de outubro de 2004

Salve Maria, rogai por nós Beata Anne Catherine Emmerich.

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Eduardo Moura
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Written by Eduardo Moura

Ad maiorem Dei gloriam! — Minha missão é ensinar e, com o auxílio da graça de Deus, converter. Escritos de um católico sobre catequese e vida dos Santos.⚜️

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